

Uma falha massiva na Amazon Web Services (AWS) deixou centenas de plataformas e aplicativos fora do ar nesta segunda-feira (20). O apagão digital, que começou durante a madrugada, atingiu mais de mil empresas em todo o mundo, afetando desde serviços corporativos até aplicativos populares como Zoom, Snapchat, Duolingo, Fortnite, Mercado Livre, Alexa e Prime Video.
O incidente expôs a dependência global das empresas em relação à infraestrutura da AWS, que é uma das maiores fornecedoras de computação em nuvem do planeta — responsável por sustentar uma grande parte da internet moderna.
Quando e como o problema começou
De acordo com dados do Downdetector, os primeiros relatos de falha começaram por volta das 4h11 da manhã (horário de Brasília). Em poucas horas, mais de 6,5 milhões de usuários em diversos países já registravam dificuldades para acessar sites, aplicativos e serviços que utilizam os servidores da AWS.
Mesmo com a normalização parcial no início da manhã, a Amazon confirmou que ainda havia instabilidades em alguns serviços essenciais. Em nota oficial, a empresa reconheceu a falha e informou que engenheiros estavam trabalhando para restaurar completamente a operação.
O que causou a falha na AWS?
O problema teve origem na região US-EAST-1, localizada no norte da Virgínia (EUA) — um dos principais centros de dados da Amazon. Essa região é considerada o coração da infraestrutura global da AWS, responsável por hospedar serviços críticos e APIs amplamente utilizadas.
Mais de 60 serviços da AWS foram afetados, incluindo:
- Amazon DynamoDB (banco de dados para aplicações de alta demanda)
- EC2 (Elastic Compute Cloud), que fornece servidores virtuais
- AWS Lambda, usado para execução de funções em nuvem
- SQS (Simple Queue Service), responsável por filas de mensagens
Segundo a Amazon, a causa raiz estava relacionada a um subsistema interno de monitoramento dos balanceadores de carga de rede, que acabou gerando falhas em cadeia. Isso comprometeu a criação de novas instâncias EC2 e a execução de funções Lambda, provocando atrasos generalizados.
Como a Amazon reagiu à pane
Para conter o impacto, a empresa aplicou medidas emergenciais de mitigação, como:
- Limitação temporária de solicitações de criação de novas instâncias EC2;
- Ajustes manuais nos sistemas que executam funções Lambda;
- Correções graduais nas zonas de disponibilidade afetadas;
- Testes de validação para garantir a estabilidade antes do restabelecimento completo.
Ainda segundo a AWS, a falha não comprometeu a segurança dos dados dos usuários, e a recuperação completa deve ocorrer gradualmente à medida que os serviços forem restabelecidos.
Por que o impacto foi tão grande?
A AWS é responsável por quase um terço de toda a infraestrutura de nuvem global, segundo dados recentes da Synergy Research. Plataformas de streaming, bancos, empresas de tecnologia, marketplaces e até órgãos governamentais utilizam os serviços da Amazon para armazenar e processar dados.
Por isso, qualquer interrupção na AWS causa um efeito dominó na internet, afetando milhões de usuários e negócios simultaneamente.
O que esperar daqui pra frente
Embora a pane tenha sido controlada, especialistas reforçam a importância da diversificação de provedores de nuvem e de estratégias de redundância para evitar que falhas semelhantes paralisem operações críticas.
A AWS informou que divulgará um relatório técnico detalhado (Post-Incident Summary) nos próximos dias, explicando a causa raiz e as medidas de prevenção adotadas.
Conclusão
A falha global na AWS reforça um ponto fundamental da era digital: a infraestrutura invisível da internet é tão vulnerável quanto essencial. O incidente desta segunda-feira serviu como alerta para empresas de todos os tamanhos — mostrando que, mesmo os gigantes da tecnologia, não estão imunes a imprevistos.